segunda-feira, 29 de junho de 2015

Acre fica entre os primeiros estados com maior número de homicídios por arma branca




Os estados do Amapá, Tocantins e Acre lideram o ranking das federações que mais totalizaram uso de objetos cortantes, perfurantes e pontiagudos usados para cometer homicídios no país. A constatação é do “Mapa da Violência de 2015” divulgado nessa semana em Brasília (DF) pela Faculdade Latino-América de Ciências Sociais.

No país, em média, 15,8% dos homicídios foram cometidos em 2013 com facas que são chamadas de armas brancas. O Rio de Janeiro é o estado onde menos se mata com armas brancas. O estado de São Paulo tem a sua proporção de 16,9 %.

Ainda abordando o quadro geral, o nosso país registrou 56,6 mil homicídios em 2013. Trazendo a nossa atenção a região norte, o Amapá teve a maior participação de arma branca no total de homicídios (46,6%), seguido pelo Tocantins (41,2%) e o Acre (32,8).

Também nessa semana, a Câmara dos Deputados desarquivou um projeto de Lei de 2004 que visa proibir o porte de armas brancas nas ruas. O texto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Casa de Leis.

Vale lembrar que a lei penal hoje não criminaliza o porte de facas e outras armas brancas. Se alguém for surpreendido portando uma faca em local público, pode ser conduzido à delegacia de polícia, onde a autoridade policial determinará a elaboração de um termo circunstanciado e o acusado será liberado. Em sendo criminalizado o porte de arma branca, o tratamento será exatamente o mesmo.

REGISTRO: O Meio/Fim Ambiente

Desconfie daquilo que pregam para você. A sustentabilidade é uma ilusão. O que estamos fazendo com o Meio Ambiente tem outro nome: ruína. 

EM BUSCA DE NOVOS FIÉIS ESTRANGEIROS, GRUPO REALIZA REUNIÕES EM ESPANHOL


O grupo ajuda diversas imigrantes por ensinar a bíblia e como viver no Acre (Foto Arquivo Pessoal)


Um grupo de voluntários das Testemunhas de Jeová, conhecidas mundialmente por sua obra de estudo e ensino da bíblia, tem ajudado os imigrantes que por aqui vivem. Há mais de 4 anos, eles dedicam parte dos seus afazeres a ensinar os estrangeiros principalmente, os que falam o espanhol, os assuntos bíblicos e também as relações sociais e culturais do nosso país.

De bairro em bairro de nossa capital, Rio Branco o grupo auxilia 43 pessoas vindas de diferentes lugares do globo terrestre como, por exemplo, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Espanha, Peru e Haiti.

Jailton Oliveira é um dos membros deste grupo. O voluntário tem se destacado em nossa sociedade por ajudar, ao lado de sua esposa, os imigrantes que escolheram as nossas terras para viver. Questionado sobre a satisfação de realizar esse trabalho totalmente voluntário, ele afirma que faz “por amor as pessoas”.

“A gente só consegue fazer o voluntariado por amor a Jeová [Deus] e pelas pessoas. Nesse trabalho, esses imigrantes enxergam uma atitude amorosa. Existe um preconceito muito grande quanto às pessoas vindas do Peru e Bolívia. Quando observam o interesse que temos nelas, principalmente o desejo de ajuda-las espiritualmente, elas ficam comovidas e felizes. É difícil morar num pais que não é a sua nacionalidade, mais elas sabem que por aqui vão se sentir acolhidas graças ao nosso trabalho”, comenta Oliveira.   

Prédio do Salão do Reino das Testemunhas de Jeová da Congregação de Língua Espanhola ( Foto Google Maps)


























O grupo é organizado e a cada dia atrai novos adeptos. Atualmente, cinco peruanos e um boliviano deixaram suas famílias nos seus respectivos países para viver no Acre e se juntar aos voluntários acreanos. Além do intercambio cultural, eles também servem como ‘tutores’ de línguas.

Carlos Quinto deixou a família no Peru para viver no Brasil. Ele diz que a obra possibilita ajudar as pessoas a encontrarem um “futuro melhor” e diz que se senti feliz por contribuir na obra.  “Ensinar as pessoas é uma satisfação muito grande. Principalmente por vê-las crescendo de acordo com os princípios da bíblia. Na congregação existem pessoas, famílias de peruanos que são regulares às reuniões. Eles atravessam a cidade para assisti-las. Isto nos enche de alegria”, diz.

O Salão do Reino da Congregação de Língua Espanhola fica localizado no Segundo Distrito, na Rua Salím Fahat nas proximidades do antigo barracão do bairro quinze. Os encontros são realizados toda quarta-feira (a partir das 19 horas) e domingo (a partir das 9 horas da manhã). A assistência em média é de 20 a 25 pessoas. A entrada dos encontros preparados na língua espanhola é gratuita assim como as aulas bíblicas.



DIA DO IMIGRANTE: Chile e Peru unidos no Brasil pelo amor


Além dos ‘imigrantes’ existem também os ‘emigrantes’. Você saberia distingui-los? 

O clima tropical do Brasil e o comportamento alegre do seu povo são aspectos primordiais que contribuíram para os imigrantes buscarem uma nova vida por aqui. No Acre, isso não seria diferente, pois afinal, por todos os lados os imigrantes estão espalhados. Graças às oportunidades, eles também foram responsáveis pela construção e povoamento do nosso Estado.

No dicionário em português existe um significado resumido para a palavra ‘imigrante’. Segundo o dicionário Aurélio, ‘Imigrante’ é aquele que imigra, ou seja, aquele que entra em um país estrangeiro, com o objetivo de residir ou trabalhar. Mas, além dos ‘imigrantes’ existem também os ‘emigrantes’. Você saberia distingui-los?

O termo imigração se aplica só a pessoas que pretendem fixar residência permanente no país adotivo. Já a “Emigração” é o êxodo de indivíduos ou grupos, que consiste no abandono voluntário do seu país de origem, por motivos políticos, econômicos, religiosos etc.

No Brasil, para lembrar-se dos estrangeiros, sempre no dia 25 de junho é comemorado o “Dia do Imigrante”. Pensando nessa data, vamos prestar uma homenagem a essas pessoas relatando a história de um casal de imigrantes que vieram de outros países da América Latina e também por mostrar o trabalho voluntário que é desenvolvido por um grupo religioso na nossa capital, Rio Branco.

Não existe um número real de imigrantes que vivem no Acre, mas nos últimos anos, é visível que o Estado virou rota internacional de imigração. Sendo ilegais ou não, essas pessoas vêm dos mais diferentes continentes dispostos a mudarem de vida. A nossa história comprova tal afirmativa.

No caso dos haitianos, mais de 130 mil cruzaram a fronteira do Peru e Brasil por meio do Acre em busca de uma nova vida após o terremoto ocorrido em 2010, que destruiu a infraestrutura do país e provocou a onda de emigração.

O processo de colonização acreana teve a contribuição significativa de árabes, libaneses, alemães, bolivianos, peruanos, japoneses e também africanos que foram atraídos graças ao segmento promissor da venda da borracha quando estado exportou para a Europa durante a 2ª Guerra Mundial.



O arquiteto, Jaime Erazo nasceu no Chile e a professora, Esther Olivares veio do Peru

Chile + Peru = Brasil  

O arquiteto, Jaime Erazo nasceu no Chile e a professora, Esther Olivares veio do Peru. Atraídos pelo clima tropical e aparente tranquilidade de Rio Branco, o casal escolheu o Acre para viver. Ela mora aqui há mais de 20 anos. Ele chegou há pouco mais de dois meses. Juntos trabalham num negócio próprio voltado à venda de capas de proteção para motociclistas.

Jaime contou que ficou encantado como Estado, principalmente no quesito limpeza e acolhida das pessoas. “Venho de um lugar muito frio no Chile. Tanto frio no clima como o relacionamento com as pessoas. No Chile, as pessoas são mais fechadas, diferentes dos brasileiros que são mais calorosos. Além disso, essa cidade é muito bonita e foi por isso que resolvi vir para cá”, relata acrescentando que viver no Acre se tornou mais econômico em comparação com outros Estados da federação brasileira.

O arquiteto comenta que nem tudo é tão fácil para os estrangeiros. A questão trabalhista e o idioma são algumas barreiras que eles enfrentam. “Vocês brasileiros falam muito mais rápido. É difícil para nós compreendermos. É preciso muita atenção. Existe também a questão de emprego. Para um profissional da arquitetura que veio de outro país é muito mais difícil encontrar um trabalho, mas isso não nos desanima”, comenta.   

Esther vive a mais tempo no Acre. Ela ressalta que o clima úmido tropical foi o fator predominante para escolher o nosso estado para residir. “Em certas regiões do Peru o clima é muito frio. Eu não gosto do frio. No Chile o clima ainda é mais gelado. Desta forma eu procurei saber um pouco da cultura do Acre e também do seu clima. Essa escolha foi 20 anos atrás e hoje não penso em mudar daqui para outro lugar. A cidade é tranquila e boa de se viver”, ressalta.

A professora, que nas horas vagas também presta serviços de costura, avalia como positiva a sua experiência de vida no Acre. Ela aproveita para fazer um elogio à gastronomia brasileira. “A alimentação do Brasil é muito boa. Existe de tudo. Só acho que os brasileiros comem pouca salada e deveriam explorar ainda mais as frutas e verduras assim como fazemos no Peru”, elogia e acrescenta que para matar a saudade de sua terra natal, sempre prepara comidas típicas do Peru. 

Mas não é somente o clima agradável, a gastronomia que tem mantido a afinidade entre os dois. O futebol também faz parte da vida do casal. Aliás, isso quando não estão em campo as seleções do Peru e Chile. “Aí a história muda. Eu torço pelo Peru e ele pelo Chile. Nos próximos jogos da Copa América tenho certeza que o clima não será dos melhores entre nós. Mas o peru vai ganhar e tudo ficará bem”, brinca Esther que é retrucada pelo companheiro “O Chile é bom e também vai ganhar essa copa”.  

terça-feira, 16 de junho de 2015

OPINIÃO: UM POUCO MAIS DE CULTURA NO NOSSO ACRE

"Um povo sem cultura não se levanta. Se ajoelha”. A frase é de Willyan Johnes. Foi pensando nela que resolvi escrever um pouco sobre os nossos 53 anos de elevação a Estado brasileiro. Na realidade, quero sugerir, reclamar e sensibilizar você de que estamos pecando com a nossa história, nossos valores e hábitos.

Enquanto pedalava por nossa adorada capital, Rio Branco, passei a ponderar naquilo que acertamos e que erramos como seres culturais. Esse papo de ponderação entre meu consciente e minha experiência de vida rolou nas proximidades do antigo Aeroporto Presidente Médici. Depois de tantos anos trafegando por lá, me bateu uma saudade de quando aquela região toda era o nosso aeródromo. Na realidade, ele foi o segundo aeroporto criado em Rio Branco. Lembro-me de quando criança ia buscar algum parente ou apenas observar o pouso e decolagem naquela pista, que na minha cabeça engolia toda a cidade. Era como se toda Rio Branco fosse construída em seu entorno e cercada de propósito pra gente andar mais.
O antigo aeroporto de Rio Branco Presidente Médici ainda continua nas lembranças da sociedade acreana. 

As companhias aéreas foram tantas e muito importante para o desenvolvimento do Estado nas décadas de 80 e 90

Ainda posso sentir o cheiro de sanduíche que exalava pelos corredores. Visualizo os bancos de madeira que sentávamos, da pequena janela que possibilitava uma visão privilegiada para a pista. Lembro também dos formatos dos bebedouros e das lojas de brinquedos que exibiam em suas vitrines os mais belos aviões. Lembro-me da sua grande fachada azul e de como era legal ouvir o barulho das turbinas dos aviões mesmo colocando as mãos nas orelhas para tapar o ouvido e diminuir a pressão do som.

Quando visitei o local sentir um aperto no coração. Sabe aquela sensação de perca? De impotência? Sensação de que a nossa história está sendo enterrada como indigente – sem nome, sem lenço e nem documento.

Percebi o quanto esse patrimônio de nossa cidade que recebeu autoridades, levou ilustres acreanos para as outras regiões do país, está perdido. Está se acabando com a ajuda da ação do tempo, e principalmente do homem. Hoje, naquele local, é possível ainda encontrar nas poucas paredes que estão em pé às logomarcas das empresas que operaram por lá. A Torre de Controle, alguns hangares e até pneus de aeronaves que foram esquecidos ou deixados de propósito para causar esse efeito retrô na gente.


Por toda área onde o verde (mato) predomina, encontramos garrafas quebradas, entulhos de concretos, lixos domésticos, embalagens de entorpecentes e muitos preservativos.  Uma área que poderia e deveria ser adequada para fins benéficos caiu no esquecimento do povo e também de quem administra nossa cidade e estado. Talvez seja preciso desapropriá-la tendo em vista que a construção do aeroporto Plácido de Castro (Aeroporto Internacional de Rio Branco), construído sob o surrupiamento de milhões, se deu por conta do imbróglio de uma briga judicial entre estado e o dono das terras. Se for esse o problema, então vamos lá.

Mas o importante é ter alguma finalidade. O espaço poderia ser revitalizado e virar um museu da aviação acreana. Quem sabe, um verdadeiro complexo cultural. Apesar de sermos protagonistas de uma bela e rica história, o povo acreano é carente de cultura. Atualmente conta-se nos dedos os espaços que temos. Que serve realmente para atestar nossa cultura. Basta andar no centro da cidade para comprovar que estamos caindo nesse esquecimento, basta ir numa lanchonete e pedir um açaí com granola, leite condensado e creme de leite enquanto no nosso tempo bastava farinha e açúcar para temperar.

Vamos visitar mais o “Museu da Borracha”! Perdoei, ele está fechado para reforma. Vamos passear pelo “Parque Capitão Ciríaco”. Desculpe, não existe quase nada por lá para se vê além de seringueiras velhas. Então vamos passear pelo “Memorial dos Autonomistas”! Desculpa novamente, o local vive fechado e as exposições são as mesmas desde quando fora fundado. Então vamos partir para o “Museu de Porto Acre”. Puxa! Lá também vive fechado e não oferece conforto. Bibliotecas? Existem, mais só possuem livros e do tempo daquele amarelo que você tinha, mas jogou fora porque não havia espaço no armário. Que tal o “Palácio Rio Branco”? Esse também vive fechado para o público. Viu como é difícil?

Há alguns anos, o ex-deputado Geraldo Pereira manifestou na tribuna uma indicação para o Governo do Estado do Acre construir um “Centro de Tradições Nordestina”. Que baita indicação. Esse centro seria um ótimo lugar para que a nossa história fosse relatada através das manifestações culturais e das atividades que ali se propunha a cumprir. Então porque não criá-lo na pista do Presidente Médici?

O Acre é rico em belezas naturais (Fauna e flora) mais quando o assunto é atividade recreativa aquática ninguém sabe. A nossa capital é carente de espaços aquáticos. Então porque não criar nessa aérea um clube aquático do povo, para o povo?

Apesar de a capital ser dividida em distritos, o 1° Distrito possui hospitais, sedia bons restaurantes e comporta toda a vida administrativa dos executivos municipal e estadual. O inverso pode ser visto no 2° Distrito onde nem faculdade tem. Já passou da hora de criamos a Faculdade Estadual do Acre e nessa aérea seria um bom lugar para sua instalação. Chega de promessa para fins eleitoreiros. A construção dessa universidade seria uma ótima oportunidade para valorizar esse importante distrito de nossa capital e fortalecer a educação do nosso estado.

Tá bom! O povo acreano só quer se contentar com o básico - saúde e educação. No entanto lembre-se, merecemos muito, muito mais. Vamos cobrar mais, não precisamos só bater palma para o que já foi feito. Nossa cidade é linda e pode prosperar ainda mais. Independente de quem está no governo ou de quem passou por ele.
Creio que precisamos deixar a nossa herança cultural para os filhos do futuro. Precisamos comprovar a nossa existência e que fizemos de melhor por nosso território. Precisamos de mais cultura, pois a cultura de um povo é o seu maior patrimônio e preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores, é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato.