segunda-feira, 29 de junho de 2015

DIA DO IMIGRANTE: Chile e Peru unidos no Brasil pelo amor


Além dos ‘imigrantes’ existem também os ‘emigrantes’. Você saberia distingui-los? 

O clima tropical do Brasil e o comportamento alegre do seu povo são aspectos primordiais que contribuíram para os imigrantes buscarem uma nova vida por aqui. No Acre, isso não seria diferente, pois afinal, por todos os lados os imigrantes estão espalhados. Graças às oportunidades, eles também foram responsáveis pela construção e povoamento do nosso Estado.

No dicionário em português existe um significado resumido para a palavra ‘imigrante’. Segundo o dicionário Aurélio, ‘Imigrante’ é aquele que imigra, ou seja, aquele que entra em um país estrangeiro, com o objetivo de residir ou trabalhar. Mas, além dos ‘imigrantes’ existem também os ‘emigrantes’. Você saberia distingui-los?

O termo imigração se aplica só a pessoas que pretendem fixar residência permanente no país adotivo. Já a “Emigração” é o êxodo de indivíduos ou grupos, que consiste no abandono voluntário do seu país de origem, por motivos políticos, econômicos, religiosos etc.

No Brasil, para lembrar-se dos estrangeiros, sempre no dia 25 de junho é comemorado o “Dia do Imigrante”. Pensando nessa data, vamos prestar uma homenagem a essas pessoas relatando a história de um casal de imigrantes que vieram de outros países da América Latina e também por mostrar o trabalho voluntário que é desenvolvido por um grupo religioso na nossa capital, Rio Branco.

Não existe um número real de imigrantes que vivem no Acre, mas nos últimos anos, é visível que o Estado virou rota internacional de imigração. Sendo ilegais ou não, essas pessoas vêm dos mais diferentes continentes dispostos a mudarem de vida. A nossa história comprova tal afirmativa.

No caso dos haitianos, mais de 130 mil cruzaram a fronteira do Peru e Brasil por meio do Acre em busca de uma nova vida após o terremoto ocorrido em 2010, que destruiu a infraestrutura do país e provocou a onda de emigração.

O processo de colonização acreana teve a contribuição significativa de árabes, libaneses, alemães, bolivianos, peruanos, japoneses e também africanos que foram atraídos graças ao segmento promissor da venda da borracha quando estado exportou para a Europa durante a 2ª Guerra Mundial.



O arquiteto, Jaime Erazo nasceu no Chile e a professora, Esther Olivares veio do Peru

Chile + Peru = Brasil  

O arquiteto, Jaime Erazo nasceu no Chile e a professora, Esther Olivares veio do Peru. Atraídos pelo clima tropical e aparente tranquilidade de Rio Branco, o casal escolheu o Acre para viver. Ela mora aqui há mais de 20 anos. Ele chegou há pouco mais de dois meses. Juntos trabalham num negócio próprio voltado à venda de capas de proteção para motociclistas.

Jaime contou que ficou encantado como Estado, principalmente no quesito limpeza e acolhida das pessoas. “Venho de um lugar muito frio no Chile. Tanto frio no clima como o relacionamento com as pessoas. No Chile, as pessoas são mais fechadas, diferentes dos brasileiros que são mais calorosos. Além disso, essa cidade é muito bonita e foi por isso que resolvi vir para cá”, relata acrescentando que viver no Acre se tornou mais econômico em comparação com outros Estados da federação brasileira.

O arquiteto comenta que nem tudo é tão fácil para os estrangeiros. A questão trabalhista e o idioma são algumas barreiras que eles enfrentam. “Vocês brasileiros falam muito mais rápido. É difícil para nós compreendermos. É preciso muita atenção. Existe também a questão de emprego. Para um profissional da arquitetura que veio de outro país é muito mais difícil encontrar um trabalho, mas isso não nos desanima”, comenta.   

Esther vive a mais tempo no Acre. Ela ressalta que o clima úmido tropical foi o fator predominante para escolher o nosso estado para residir. “Em certas regiões do Peru o clima é muito frio. Eu não gosto do frio. No Chile o clima ainda é mais gelado. Desta forma eu procurei saber um pouco da cultura do Acre e também do seu clima. Essa escolha foi 20 anos atrás e hoje não penso em mudar daqui para outro lugar. A cidade é tranquila e boa de se viver”, ressalta.

A professora, que nas horas vagas também presta serviços de costura, avalia como positiva a sua experiência de vida no Acre. Ela aproveita para fazer um elogio à gastronomia brasileira. “A alimentação do Brasil é muito boa. Existe de tudo. Só acho que os brasileiros comem pouca salada e deveriam explorar ainda mais as frutas e verduras assim como fazemos no Peru”, elogia e acrescenta que para matar a saudade de sua terra natal, sempre prepara comidas típicas do Peru. 

Mas não é somente o clima agradável, a gastronomia que tem mantido a afinidade entre os dois. O futebol também faz parte da vida do casal. Aliás, isso quando não estão em campo as seleções do Peru e Chile. “Aí a história muda. Eu torço pelo Peru e ele pelo Chile. Nos próximos jogos da Copa América tenho certeza que o clima não será dos melhores entre nós. Mas o peru vai ganhar e tudo ficará bem”, brinca Esther que é retrucada pelo companheiro “O Chile é bom e também vai ganhar essa copa”.  

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