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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Vovô Braga - 18 anos de saudades


Túmulo memorial de Antônio Ferreira Braga Filho
“Vovô”. Essa palavra me traz boas recordações e tem um significado triplo na minha vida. Foi um privilégio ter sido congratulado por ter três avôs, isso mesmo! O pai da minha mãe, Oswaldino (in memória), o marido da minha avó Lili, Antônio Vieira (esse não é de sangue, mais é meu avô por total consideração e que permanece vivo e forte), e o pai do meu genitor, Antônio Ferreira Braga Filho. É nesse último que essa palavra “vovô” tem maior sentido pra mim.

Confesso que tivemos pouco contato, porque ele morava no interior e quase não visitava a capital, Rio Branco. Saiu de Feijó só para cuidar da saúde e retornou tempos depois. Na capital, morou no conjunto Oscar Passos, na rua principal. Minha tia, Naildes Braga, na companhia da minha mãe, Dona Lora, e alguns dos meus irmãos sempre tiravam o sábado para fazer visitas a ele. Eram momentos divertidos e também cansativos. Subir a ladeira correndo, do São Francisco, não era uma tarefa fácil para um menino de seis anos principalmente quando os irmãos usavam toda a velocidade do mundo. Era longe!

Vô Braga era casado com dona Albertina (In memória), particularmente eu não gostava do jeito dela, mas, sempre tratei com respeito. Um gesto nobre de sua parte que guardo no HD da minha cachola, até hoje, era a forma como nos recepcionava. Nunca me esqueci de uma dessas visitas. Batemos palma, ele chegou ao portão vestido com shorte verde e massageando a testa dizendo que estava com dor de cabeça. O cheiro de VIC confirmava tal sintoma. Todos pediam a benção e na voz já debilitada ele fazia questão de responder um por um, mesmo que numa ligeireza. Quando chegou a minha vez, se abaixou e disse: Cadê o cheiro do vovô? Não tem não?. Lembro que dei um abraço nele, mas a barba rala incomodava e logo aquele carinho terminou.

Entramos na sua casa e minha tia danada falando dos acontecimentos da semana. Ele deitou na rede, colocou um boné azul na cabeça e ouviu a conversa toda. Meus irmãos brincavam de peteca na calçada, eu no pé da minha tia (Sempre fui muito grudado nela), minha mãe conversando na sala com dona Albertina... Até que ele me chamou, colocou no colo e perguntou:

- Você quer o bem de sua tia, quer?  - Fiz sinal de positivo com a cabeça.
- Você quer o bem da sua mãe? - Fiz sinal de positivo. E todas as vezes que ele perguntava eu analisava o significado daquelas perguntas. Elas sempre vinham com uma piscada pra minha tia. Talvez os dois combinavam, só pra saber a minha resposta.
- Você tem que cuidar delas, viu! Qualquer coisa você diz pro vovô que a gente dá um jeito. O vovô quer muito o seu bem, tá bom? – Desta vez respondi: Tá bom vovô.

Vô Braga era isso: simplório nas palavras, ao mesmo tempo, talvez pela voz, passava a impressão de que carinho e afeto eram o que importava no momento. Justiça se faça; sempre teve muito carinho pelos netos. Meus primos de Feijó ficaram responsáveis de receber boa parte desse afeto. Tenho certeza que aproveitaram. Nós da capital não tivemos muito essa oportunidade, isso ficou pro Antonio Vieira demonstrar.

Ficção. Era com ele mesmo. Vovô Braga era conhecido por contar e aumentar as “estórias”. Contava cada uma que parecia até pescador. Depois de grande, ouvi umas estórias que até duvidaria se o Brasil foi mesmo colonizado pelos portugueses.

Também era conhecido por ser um homem trabalhador. Minha vó Lili, apesar de ter seus motivos para mágoas, sempre confirmou tal adjetivo. Carteiro – foi à profissão que ele exerceu que mais admirei. Subia e descia, por dias, os rios de Feijó e região levando as correspondências numa canoa. Trabalho que ele fazia com muito esforço e esmero. Não era fácil subir por mais de 15 dias o Rio Envira. Quem mora na Amazônia sabe como isso é difícil no inverno e verão. Trabalhou também como mecânico da extinta empresa aérea Cruzeiro. Ofício que abandou depois que ela cancelou pousos e decolagens para Feijó.

Por fim, o vovô Braga morreu no dia 08 de setembro de 1998, aos 79 anos. Ainda lembro-me do choque que minha família tomou quando soubemos de sua morte. Nesse dia, eu atendi o telefone (2245813). Pediram pra chamar alguém mais velho. Minha tia, visivelmente apreensiva, pegou o aparelho da minha mão e poucos minutos, a pancada do telefone que caiu no chão ecoou no meu ouvido. O choro foi grande, o lamento também. Eu não sabia o que fazia. Se chorava com ela ou se corria até o pé de laranjeira e pegava folhas para fazer chá como sempre fazia quando Tia Naildes ficava doente. Não sai do canto. Em minutos, a mala dela estava feita, a do meu irmão mais velho, Wangley, que representou os netos que moravam na capital também estava arrumada. Eles saíram em cortejo até o Aeroporto Presidente Médici para a cerimônia fúnebre. Foi lá no saguão do aeroporto que me lembrei da fala: “O vovô quer muito o seu bem”.


09 de agosto de 2015, primeira vez na vida que pisei em Feijó. Por lá, um misto bucólico de saudade, curiosidade e medo. Talvez a ansiedade irracional de encontrar um passado que não me pertencia, me deixou assim: incompreendido. Era uma “invasão” às histórias dos meus avós? Ou um sentimento qualquer que não sei explicar? O fato é que de todos os lugares que por lá andei, foi no simplório cemitério, que nem muro existe, que animais vivem livres e passeiam entre os túmulos, que pude sentir um pouco de sua presença. Ao vovô, meu sentimento mais melancólico: A saudade.  

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Senador Guiomard é a cidade acreana que mais cai raios


O Acre ocupa a 17° posição entre os estados do país  (Foto Cedida)

O número de raios na Região Norte está aumentando e a tendência é que a incidência do fenômeno continue crescendo na região, por causa do aquecimento global. Foi o que disse uma pesquisa publicada recentemente pelo Grupo de Eletricidade Atmosférico (Gelat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo dados da instituição, o Acre ocupa a 17° posição entre os estados que mais caem raios no país.

O estudo aponta que caem 4,86 raios por km2 por ano em nosso estado. O que corresponde a 0,74 (média, em milhões) referente ao ranking nacional. Os estados que mais caem raios são; Amazonas (11,00) Pará (7,38) e Mato Grosso (6,81) consecutivamente.

Senador Guiomard (AC)      (Foto Quinary On Line)
Em relação aos municípios do Acre, Senador Guiomard lidera entre as cidades que mais caem raios (7,66 - Densidade de descargas por Km ao ano). Seguido de Brasiléia 7,32 e Sena Madureira 7,02 consecutivamente.   

O raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera. A intensidade típica de um raio é de 30 mil Ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. Em geral, os raios provocam um clarão e, logo em seguida, um barulho denominado trovão, por causa do deslocamento de ar.

Na maioria dos casos, as pessoas são atingidas por correntes indiretas que vêm, por exemplo, pelo chão. São raros os casos em que a pessoa é atingida diretamente por um raio e quase sempre ela morre imediatamente ou, quando sobrevive, fica com graves sequelas. 

Na natureza, as descargas elétricas riscam quilômetros de céu até atingir o solo, com uma voltagem de 100 milhões de volts. Comparando com uma tomada caseira, a voltagem é praticamente 1 milhão de vezes maior.

A pesquisa divulgada ainda compara dados do primeiro levantamento de mortes por raios, de 2000 a 2009, com dados do segundo, de 2000 a 2014. De 2000 a 2014, 1.789 pessoas morreram atingidas por raios em todo o país. O número médio de mortes por ano caiu de 132 para 111, mas, apesar da redução nacional, as mortes na Região Norte aumentaram e passaram de 18% para 21% dos casos.

Brasil

Por ser o maior país localizado na região tropical, o Brasil é o sétimo em número de mortes, atrás da China (média de 700 mortes por ano), Índia (450), Nigéria (400), México (220), África do Sul (150) e Malásia (150).

Apesar da tendência de aumento de raios no Norte, de forma pontual neste verão, por causa do fenômeno El Niño, a Região Sul será muito atingida. No inverno, já registraram 500% mais raios se comparado a 2014. No Sudeste o aumento foi 100%.

Apesar do número de mortes em atividades agropecuárias ser maior, com 25% dos casos, uma das preocupações do Inpe é com o aumento, de 12% para 19%, do número de pessoas que morrem por raios dentro de casa.

Mitos e curiosidades sobre raios

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Não é verdade e uma prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe ao menos seis descargas atmosféricas por ano. A origem desse mito está nos índios, que usam pedras atingidas por raios como amuletos, acreditando que estão protegidos contra os relâmpagos.

É perigoso ficar dentro do carro durante a chuva? Na verdade, o veículo fechado é o local mais seguro contra raios – nunca ninguém morreu no Brasil atingido por raio dessa forma. Se o carro é atingido por um raio, a descarga elétrica se espalha por sua superfície metálica, sem atingir quem está dentro dele.

A pesquisa foi apresentada pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Qual é a diferença entre trovão, raio e relâmpago? Relâmpago é toda descarga elétrica emitida por uma nuvem; raio é a descarga elétrica que toca o solo. Trovão é o som produzido pela descarga elétrica.

Dá para saber a que distância caiu o raio? É possível estimar a distância em quilômetros com um cálculo simples: basta contar o tempo (em segundos) entre o momento que se vê o raio e se escuta o trovão e dividir por três obtendo-se a distância aproximada em quilômetros.

 Existem raios que não partem das nuvens? Sim, são os chamados raios ascendentes, que saem de estruturas altas (torres, prédios altos) em direção às nuvens. Correspondem a cerca de 1% dos raios. O ELAT foi o pioneiro no registro deles no Brasil, observados em torres do pico do Jaraguá na cidade de São Paulo.


Os raios são diferentes em diferentes regiões? Sim. No Brasil, os raios do Rio Grande do Sul tendem a ser mais fortes e destrutivos do que os que caem em outras partes do país.

Publicado Originalmente: Jornal O Rio Branco
Reportagem: Wanglézio Braga. 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

FOTO LEGENDA III - VIAGEM AO PERU - LIMA, BANHO TURCO E COMIDA BRASILEIRA


"Aji de Pollo com Camarão" uma delícia que provei em um restaurante indo pra Lima  


A cada cidade havia uma parada ou mini-terminal das empresas.
Em uma cidade qualquer foi possível encontrar da Flores 

Registro de uma das cidades que passamos 

A cidade de Cusco vista do alto

A medida que o dia nascia a lua brilhava intensamente 

Durante o trajeto foi possível encontrarmos grandes blocos de gelos nos altos das montanhas  

Durante o trajeto placas indicativas informavam os motoristas. As vias são bem sinalizadas
Nessa região de neblina, a impressão que tínhamos é que estávamos andando nas nuvens
 

Lá em baixo já é possível enxergarmos a cidade de Lima 


As estradas são estreitas e bem perigosas 

Lima é muito parecida com a cidade de São Paulo (SP) no que diz respeito ao trânsito
 
O tão esperado Oceano Pacífico visto do alto 

Acesse também outras fotos do início da "travel" clicando nos links abaixo:

FOTO LEGENDA I - VIAGEM AO PERU - O ESTRANHO, O MEDO E O DESEMBARQUE EM CUZCO

FOTO LEGENDA II- VIAGEM AO PERU - BANHO QUENTE/FRIO, FESTA E GUERRA DOS IDIOMAS

VIAGEM AO PERU - LIMA, BANHO TURCO E COMIDA BRASILEIRA

Pessoal, como havia prometido irei terminar de relatar a viagem para o Peru. Depois de alguns meses, a preguiça foi embora e resolvi continuar os relatos. Onde parei mesmo? Ah sim, lembrei! Às vezes a memória da gente falha mesmo (...)

Acessa as primeiras postagens sobre a viagem e as fotos legendas. Basta clicar no link:





O objetivo principal dessa viagem aos Andes, como havia dito, era participar do casamento e também fazer um intercâmbio cultural. Só que a cerimônia foi realizada na capital – Lima - aproximadamente 15 horas de viagem de autobus (1h15mim de avião). Então tivemos que apressar nossa estadia em Cuzco embarcar o mais rápido para Lima, afinal, o dia marcado para o “sim” dos noivos estava se aproximando.


SUBINDO, SUBINDO, DESCENDO, DESCENDO

Emerson posando no box da Flores, empresa de ônibus 



Saímos por volta das 23 horas. Cuzco estava terminantemente gelada. Tinha sido assim todas as noites. Barbosa e eu fomos pra famosa Rodoviária Internacional. A empresa que havíamos comprado às passagens, Flores, atrasou o embarque. Já visivelmente cansados e sonolentos, resolvemos passar a hora conversando com alguns turistas. Gente que nem imaginávamos de suas respectivas existências. A recíproca era verdadeira. Quando dizíamos que éramos do Brasil, o pessoal já abria um sorriso. Isto facilitou o contato.

Do vai e vem, notamos que apesar do barulho, dos gritos intermináveis das vendedoras de passagens que esgoelavam (Arequipa! Arequipa! Arequipa! Puno! Puno! Nazca! Nazca!) com um tom mais agudo que possa existir (Tom que doía nos tímpanos, nos cumes dos montes, na cachola), existiam pessoas que dormiam tranquilamente agarradas com suas malas. Outras até escreviam relatos e algumas fingiam que estavam lendo, mais que nada verdade estava de olho no fluxo.

Lá pelas tantas, uma comissária de terra gritou: “Lima! Lima! Lima! Miraflores salindo”. Nós corremos! Pegamos as nossas coisas e entramos no ônibus. De longe o veículo era novinho e bonito. Três andares! Uma maravilha de ônibus. Poltronas confortáveis e em nossa volta pessoas não tão simpáticas assim. Lembro-me de uma senhora que olhava várias vezes para mim. Sem entender eu respondia com um sorriso. Ela desviava os olhos. Volta e meia pegava ela olhando para mim. Seria amor? Admiração? Deixa pra lá.

Um filme de terror e outro da anaconda nos fizeram companhia 

O trajeto como havia esperado era subir e subir. Assim foi por longas horas. Sabe aquela sensação de subir uma escada estilo caracol? Era assim que nos sentíamos. Subia, subia, subia, subia e parecia que não tinha mais fim. Depois o ouvido começava a zunir. Adivinha quem estava dando as boas vindas? A bendita altitude. Emerson reclamou de dores. Eu não tive problemas, estava concentrado com meu MP3 que tocava freneticamente 14 bis, Caetano Veloso, Maná e também Flavio Venturini. Era o melhor remédio contra o ‘soroche’.

De repente tudo mudou. Começamos a descer, descer, descer, descer. Mais não era uma decida normal, como a gente desce a ladeira da Maternidade. Era com curvas, algo descomunalmente rápido. A barriga só sentia a pressão. Foi assim por muitos tempos. De repente, a senhora que tanto me olhava começou a passar mal. Usou o saquinho. O filho dela também. Ela tira de dentro da bolsa um maço de folhas de coca e oferece. Por educação, aceitei mais não masquei.

Tivemos uma parada. O motorista gritou que em “média hora” voltaríamos para o ônibus. A galera correu para o restaurante do posto de gasolina. Foi nesse lugar que experimentei uma comida deliciosa “aji de pollo”. Uma papinha feita de frango com um gosto de caldo knnor e arroz branco. Que gostosura! Emerson foi para o tradicional Lomo Saltado. Para ficar ainda melhor tomamos uma gelada gaseosa, para não dizer Inca Cola. Depois de engolirmos, o ônibus já estava nos esperando.

O sol já nasce bem brilha nos céus do Peru
O dia estava amanhecendo a lua gigante ainda estava brilhando intensamente no céu. Já era possível depois de tanta subida e descida andar em linha reta e enxergar a vida no campo. Quando a gente trafega pela carreteira peruana é comum encontrar camponeses movimentando suas plantações. Os animais também são comuns nas estradas. A cada ponto da estrada era possível ver a variedade de plantações. Algumas até coloridas. Normalmente as casas feitas de barro davam um charme ou um tom bucólico típico do nordeste brasileiro. Sabe?

À medida que o dia clareava tínhamos a oportunidade de conhecer um pouco mais desse rico país. Lembro que em certo momento via uma linda cachoeira fazendo seu trajeto entre os paredões de pedras e formando um lago de coloração verde. A vontade de descer do ônibus para ir tomar banho era muito grande. Na realidade era maravilhosamente clara água que dava o charme aquele lugar. Com certeza era muito gelada, durante bom tempo não via ninguém tomando banho por lá. Só pescando. Mais foi uma das imagens que não me sai da memória.
A imagem mudava a medida que fazíamos uma curva


BEM VINDOS À LIMA!

A cada parada pelas cidades, pensávamos que Lima nunca ia chegar, mais fácil chegar à tangerina, limão, laranja do que na bendita Lima. Talvez a ansiedade adicionada no liquidificador com um pouco do tédio, acrescentada com o mau cheiro que estava dentro daquele ônibus passava essa impressão. Foi muita concentração porque o aji que havia comido na madrugada queria sair pela boca e não saiu. O cheiro insuportável do banheiro e que se misturava com os saquinhos de vômito jogados nojentamente no chão pelos passageiros exalava um odor do apocalipse.

Resumindo o contexto: Se for a Lima de ônibus procure outras empresas. A flores foi irresponsável por não fazer a baldeação no ônibus. Tivemos que aguentar calados aquela falta de respeito com o cliente. Mais graças a Deus chegamos a Lima ainda pela tarde. Estava com um tempo muito nublado, escuro. Já se passava das 13 horas. De longe avistávamos os bancos de areia formados por dragas e que seriam transportadas em seguida. O fluxo de carro começava a aumentar. Grandes lojas, supermercados e prédios começavam a surgir.

Numa parada para o desayuno (Café da Manhã) próximo a Lima
Êba! Chegamos a capital peruana. Do ponto que estávamos trafegando ainda era o início da cidade. Rodamos muito ainda para chegar até o terminal da Flores. Por falar nisso, em Lima não existe um terminal rodoviário público como uma rodoviária. Cada empresa tem seu próprio terminal. Ou seja, antes de chegar a Lima é importante saber a localização do seu desembarque. Às vezes existem vários terminais dessas empresas espalhadas pelas zonas aí complica sua vida.

Pegamos um taxi e fomos para o hotel. Chegamos bem. Tomamos um banho bem quente, relaxamos e fomos comer. Na Avenida do nosso hotel (Avenida Internacional), existem vários restaurantes, comércios, casas de banhos turcos e massagem e ainda de quebra um metrô barulhento. Depois de passar o pano pela avenida, ligamos para a nossa amiga e avisamos que chegamos bem. Fomos dormir e preparar nossas coisas para o dia seguinte.

FAROFA DE OVO, BANHO TURCO E SHOPPING

Num pedágio que funciona dentro de Lima 
A cidade de Lima é muito parecida com São Paulo (Brasil). Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, muita informação, é muito grande e também agitada. Tomamos café e esperamos a Ângela nos buscar no hotel. Foi muito bom revê-la. Deu para perceber que estava muito feliz por nosso reencontro. Levou-nos para a sua casa e adivinhem o que ela preparou? Arroz, feijão e farofa de ovos bem ao estilo brasileiro. Não pensem que esse seria o cardápio original. Ela já havia planejado um banquete, mas por atender um desejo nosso, ela quebrou “essa castanha”. Foi o melhor arroz com feijão e farofa de ovo com farinha de Cruzeiro do Sul que comi na minha vida. Uma Inca Cola foi adicionada a mesa para não perder a tradição.




Na cozinha, ela deu um show. Cardápio: Arroz, Feijão e Farofa de Ovo
A tarde foi tão gostosa que quase não tivemos tempo de rir. Era só gargalhando.
Do outro lado da rua uma bandeira do Brasil chamava atenção


Uma sopa de carne, macarrão e ovo. De entrada torradas e manteiga

Foi ótimo o reencontro. Conversamos sobre nossas profissões, sobre nossos amigos, sobre os bons momentos na redação do Jornal O Rio Branco. Além de fazer comida, imaginem só o que faziam os três jornalistas juntos: falar da vida dos outros. Depois fomos conhecer o restante da casa. A melhor parte foi a sacada do prédio. Ficamos lá por horas, bebendo um bom vinho, comendo besteira e rindo muito. Sem dúvidas fora uma oportunidade de matar a saudade do nosso país, afinal, o espanhol ficou de escanteio durante essas horas.
A noite estava friorenta e a neblina tomou conta

A noite chegou e fomos passear pela Av. Internacional. Por todos os lados que olhávamos existiam a tal “Chifa  Wok” que são restaurantes asiáticos. Parecia até que naquele lugar habitavam somente chineses, indianos, coreanos, tailandeses etc. Na realidade a gastronomia peruana é bem diversa e consegue reunir as iguarias de todos os países do mundo, numa grande mesa gastronômica.

À medida que andávamos pela Internacional encontramos também os banhos turcos. São casas de massagem que oferecem atividades relaxantes, com piscinas de água quente e saunas. Resolvemos entrar para conferir o que rola por lá. Confesso que fiquei surpreso. Muita gente falava mal desses ambientes principalmente no quesito promiscuidade mais não vi nada demais. As pessoas visitavam esses espaços para relaxar e fazer a limpeza corporal, ou até mesmo acessar a internet.

Foi possível encontrar várias qualidades de sabonetes, shampoos, pentes e barbeadores todos de grátis espalhados pelos balcões. Numa ala, você poderia pegar a sauna seca. No outro lado, sauna a vapor com cheiro de citronela exalando pelo ambiente. Mais a adiante, uma Lan House e um bar funcionava normalmente dentro do estabelecimento. Todo mundo de toalha ou roupão. Não era permitido ficar pelado por lá. Aproveitamos mais a piscina e a sauna. Realmente foi relaxante. Deu para curtir.

Uma das torres do shopping

o que mais chamou atenção foram as poucas coberturas do prédio
Fomos em seguida para o hotel se arrumar e aguardar a Ângela e seu noivo para irmos ao restaurante e logo depois ao Shopping Jockey Plaza. Um moderno e novo shopping que intriga os visitantes pelo tamanho e ainda por sua arquitetura. Quase não existe teto. Ele é mais ao ar livre do que coberto. Um encanto de lugar. Várias marcas de roupas internacionais, parques e restaurantes. Foi bom conhecê-lo.

No outro dia era a hora do “sim” ou “si”. O casamento do ano estava realmente se aproximando. Como convidado especial precisava descansar e preparar a roupa. Então seguimos para o hotel. Claro que não poderia resumir o casamento deles assim nessa postagem. Vou elaborar um bem especial. Porém, fique com algumas imagens que separei do nosso trajeto Cuzco/Lima.










segunda-feira, 29 de junho de 2015

Acre fica entre os primeiros estados com maior número de homicídios por arma branca




Os estados do Amapá, Tocantins e Acre lideram o ranking das federações que mais totalizaram uso de objetos cortantes, perfurantes e pontiagudos usados para cometer homicídios no país. A constatação é do “Mapa da Violência de 2015” divulgado nessa semana em Brasília (DF) pela Faculdade Latino-América de Ciências Sociais.

No país, em média, 15,8% dos homicídios foram cometidos em 2013 com facas que são chamadas de armas brancas. O Rio de Janeiro é o estado onde menos se mata com armas brancas. O estado de São Paulo tem a sua proporção de 16,9 %.

Ainda abordando o quadro geral, o nosso país registrou 56,6 mil homicídios em 2013. Trazendo a nossa atenção a região norte, o Amapá teve a maior participação de arma branca no total de homicídios (46,6%), seguido pelo Tocantins (41,2%) e o Acre (32,8).

Também nessa semana, a Câmara dos Deputados desarquivou um projeto de Lei de 2004 que visa proibir o porte de armas brancas nas ruas. O texto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Casa de Leis.

Vale lembrar que a lei penal hoje não criminaliza o porte de facas e outras armas brancas. Se alguém for surpreendido portando uma faca em local público, pode ser conduzido à delegacia de polícia, onde a autoridade policial determinará a elaboração de um termo circunstanciado e o acusado será liberado. Em sendo criminalizado o porte de arma branca, o tratamento será exatamente o mesmo.

REGISTRO: O Meio/Fim Ambiente

Desconfie daquilo que pregam para você. A sustentabilidade é uma ilusão. O que estamos fazendo com o Meio Ambiente tem outro nome: ruína. 

EM BUSCA DE NOVOS FIÉIS ESTRANGEIROS, GRUPO REALIZA REUNIÕES EM ESPANHOL


O grupo ajuda diversas imigrantes por ensinar a bíblia e como viver no Acre (Foto Arquivo Pessoal)


Um grupo de voluntários das Testemunhas de Jeová, conhecidas mundialmente por sua obra de estudo e ensino da bíblia, tem ajudado os imigrantes que por aqui vivem. Há mais de 4 anos, eles dedicam parte dos seus afazeres a ensinar os estrangeiros principalmente, os que falam o espanhol, os assuntos bíblicos e também as relações sociais e culturais do nosso país.

De bairro em bairro de nossa capital, Rio Branco o grupo auxilia 43 pessoas vindas de diferentes lugares do globo terrestre como, por exemplo, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Espanha, Peru e Haiti.

Jailton Oliveira é um dos membros deste grupo. O voluntário tem se destacado em nossa sociedade por ajudar, ao lado de sua esposa, os imigrantes que escolheram as nossas terras para viver. Questionado sobre a satisfação de realizar esse trabalho totalmente voluntário, ele afirma que faz “por amor as pessoas”.

“A gente só consegue fazer o voluntariado por amor a Jeová [Deus] e pelas pessoas. Nesse trabalho, esses imigrantes enxergam uma atitude amorosa. Existe um preconceito muito grande quanto às pessoas vindas do Peru e Bolívia. Quando observam o interesse que temos nelas, principalmente o desejo de ajuda-las espiritualmente, elas ficam comovidas e felizes. É difícil morar num pais que não é a sua nacionalidade, mais elas sabem que por aqui vão se sentir acolhidas graças ao nosso trabalho”, comenta Oliveira.   

Prédio do Salão do Reino das Testemunhas de Jeová da Congregação de Língua Espanhola ( Foto Google Maps)


























O grupo é organizado e a cada dia atrai novos adeptos. Atualmente, cinco peruanos e um boliviano deixaram suas famílias nos seus respectivos países para viver no Acre e se juntar aos voluntários acreanos. Além do intercambio cultural, eles também servem como ‘tutores’ de línguas.

Carlos Quinto deixou a família no Peru para viver no Brasil. Ele diz que a obra possibilita ajudar as pessoas a encontrarem um “futuro melhor” e diz que se senti feliz por contribuir na obra.  “Ensinar as pessoas é uma satisfação muito grande. Principalmente por vê-las crescendo de acordo com os princípios da bíblia. Na congregação existem pessoas, famílias de peruanos que são regulares às reuniões. Eles atravessam a cidade para assisti-las. Isto nos enche de alegria”, diz.

O Salão do Reino da Congregação de Língua Espanhola fica localizado no Segundo Distrito, na Rua Salím Fahat nas proximidades do antigo barracão do bairro quinze. Os encontros são realizados toda quarta-feira (a partir das 19 horas) e domingo (a partir das 9 horas da manhã). A assistência em média é de 20 a 25 pessoas. A entrada dos encontros preparados na língua espanhola é gratuita assim como as aulas bíblicas.



segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Chango veio pra cá, rodopiou no salão e mostrou que é bom conhecer a cultura alheia


Arquivo pessoal 

Dia desses, saindo de uma festa latina no Clube Tentamen, encontrei um homem de estilo diferente, trajando jaqueta preta, cabelo estilo Neymar, uma trança que caia de lado no pescoço, óculos escuros e de sandálias.  

Muito sorridente e simpático com a minha amiga, que estava magnífica naquela noite, identifica-se como “Chango” nascido em Lima, Capital do Peru.

Cumprimentamos-nos e começamos a papear sobre as danças latinas e das musicas que estava tocando. Prontamente, minha amiga, perguntou se ele dançava salsa, merengue e a cumbia (típicas em seu país). Sem pestanejar, ele responde com passos de cumbia e diz que dava aula de dança (pra não dizer show).

Como de sempre, Ângela e eu, caímos na gargalhada e não botamos muita fé no gingado do peruano esquisito.  

Saímos para comprar chiclete de caixinha na Rua 24 de janeiro e quando voltamos, encontramos o Sr. Chango rodopiando no salão com uma morena que dançavam freneticamente um lambadão. Nessa hora, Angel e eu, ficamos impressionados com aquele rodopiado e gingado que ambos faziam.

Confesso que até tentamos pegar alguns passos, mais não dava, eram rápidos demais e tínhamos outra festa para irmos (não poderíamos suar).

Arquivo pessoal


Dias depois, novamente, Ângela eu, fomos dar um bordejo no Novo Mercado Velho onde acontecia uma feira artesanal. De repente, avistamos uma roda e no meio, um artista de rua pintando belíssimos quadros. Quem era? “Chango” o dançarino. Esperamos acabar a apresentação, fomos correndo cumprimenta-lo.

Com jeito simpático e “Hermano” de tratar os outros, foi logo dizendo que tinha uma cabeça boa e que se lembrava dos nossos rostos.

Novamente papeamos por algumas horas, trocamos contatos, e marcamos para nos ensinar uns passos na casa da Ana. Mesmo assim, combinamos para o dia seguinte tomar uma cerveja no mercadão e almoçar um tambaqui frito.

Chegando lá, encontro o peruano vestindo uma camisa laranja com desenhos indígenas dizendo que havia confeccionado a camisa. Daí, pergunto sobre sua profissão. Ele relatou que era professor de dança, guia turístico, artesão, pintor de quadros feito com tinta óleo/spray, empresário, músico e que falava francês, português, inglês e italiano.

Explicou que seu nome verdadeiro era Piero Aranibar B., mas era conhecido por “Chango” que significa “macaco forte”, tendo em vista que desde pequeno malhava e quando passeava por seu bairro todos gritavam “lá vai o Chango!”.

Aos 36 anos, Piero Aranibar é pai de três meninas sendo duas peruanas e uma dominicana. No Peru, casou-se bem cedo e depois terminou o relacionamento onde viajou para outros países da America do Sul e ilhas do Caribe em busca de conhecimento, aventura e novos amores.

Ele conta que desde pequeno se considerava um artista e que sua cidade, Lima, não proporcionava cultura e arte suficiente. Por meio das viagens que fazia se deleitava em conhecimento, aventura e quebrava paradigmas impostos por sua mãe.

“De trem, avião, barco, carro, moto e até de pé”, explica ele, “conheci Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Colômbia, República Dominicana, San Martin, Haiti e agora, o grandioso Brasil”.

Por onde passou, aprendeu! Aprendeu que é preciso respeitar a cultura de cada povo e que é fundamental ser assertivo (ter inúmeras qualidades) para ser mochileiro, e no final, sobreviver.
Chango - hora dava atenção ao prato de galinha caipira, hora conversava comigo - contou das inúmeras histórias que presenciou em suas andanças pelo mundo a fora e que me fez gargalhar e imaginar tais situações.

O beijo santo, expulso de um ritual e expressões nada convencionais


Arquivo Pessoal

Chango relatou que em sua viagem a Porto Príncipe, capital do Haiti, esperava na rodoviária um táxi para leva-lo até o hotel. De repente, encontrou um homem negro, alto, forte em cima de uma moto que estalou um beijo em sua direção e com o pescoço fez um convite para subir no veiculo. Prontamente ele recusou e pensou que o homem estava com má intenção. O gesto foi seguido por três outros haitianos que aproximavam de suas malas empoeiradas.

“Fui numa loja que tinha uma mulher linda, alta, de cabelos longos e pelo visto dona do lugar. Antes de perguntar como conseguiria um táxi, ela fez o mesmo gesto que os homens da moto. Pense! puxa to palpitando o coração dessa gente, sou bonito mesmo!... Até que descobri que eram apenas cumprimentos e espécie de indagações como; O que você quer? O que procura? Quer táxi?”, explicou e continuou, “aí entendi que aquilo era um cumprimento e não uma paquera ou cantada”.

“Na fronteira do Haiti, presenciou algumas pessoas vestidas de branco que nem os praticantes do candomblé, que dançavam, cantavam e bebiam. Um deles me ofereceu um copo de cachaça, tomei e segui o grupo que dançava para comemorar alguma coisa boa. Mais na frente, entramos numa caverna onde ouvi uma voz trêmula e um senhor sentado e em sua volta havia crânios e velas. Ele era alto e tinha olhos brancos (parecia cego), e as pessoas faziam filas para entregar alimentos, cachaça e dinheiro. Enquanto chegava a minha vez, sem presente algum, notei que em sua barba grande, havia muitas abelhas que faziam um barulho estarrecedor. Quando chegou a hora de entregar o que não tinha, passei minha mão próxima à barba dele (que tinha mel) para espantar as abelhas. Aquilo foi uma afronta. Todo mundo correu com medo das abelhas e alguns homens corriam atrás de mim. Dois deles me alcançou e fui jogado pra fora da caverna. Depois disso, todos os lugares que visitei as pessoas me apontavam como se tivesse acusando de alguma coisa. Foi aqui que entendi que tinha acabado com um ritual deles e que o homem era um guru”, relatou.

Por minutos gargalhamos e ele continuou contando...

 “Sabe das aquelas moedas pequenas que dão de troco? Pois bem, chego à República Dominicana e quando desço do carro uma família (marido, esposa e um bebê de colo) me aguardavam. Na minha mão direita uma mala, na esquerda outra e nas mãos, muitas moedas. Daí, muito hospitaleiros, o marido pegou uma mala, a esposa mesmo com o bebê outra e minhas mãos cheias de moeda. Pedi pra levar uma mala, e eles recusaram. Novamente pedi para segurar o bebê e a mulher entregou para mim. Aproximei-me do bolso dela e disse que poderia ficar com o meu “Rípio” que na minha cidade significa piçarra (pelo tamanho e quantidade das moedas). Revoltada, a mulher começou a me tratar estupidamente, o marido soltou a minha mala e arrancaram o bebê dos meus braços. Procurei um tradutor e descobrir que, tinha oferecido no idioma deles a péle do meu pênis. Só aí descobri que as expressões eram convencionais e ainda saí do vilarejo como tarado”.

Novamente gargalhei e as pessoas próximas da nossa mesa ficaram olhando... E ele voltou a contar que...

“Sempre gostei de música, de tocar violão e ouvir a “Banda Toto”. Nas viagens pelos países, procuro conhecer as lojas que vendem discos. Encontrei uma que tinha como atendente uma moça alta com sorriso encantador. Pergunte se tinha Toto, ela fechou a cara e respondeu que tinha mais que não era mim. Sem entender apontei para o disco na prateleira e mais calma explicou que Toto em seu idioma significava vagina. Mais uma vez fiquei morrendo de vergonha”, disse.

"Insatisfeito, continuarei viajando em busca da cultura perfeita"

Chango disse que veio para o Brasil com um único objetivo; conhecer a cultura do país. Aqui conheceu uma Italiana que se apaixonou e casou. Não teve filhos com ela e confessou que o casamento não vai muito bem.

Viajou para a Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, mas, o Rio de Janeiro foi o lugar escolhido para morar e construir o próprio negócio. Na cidade carioca, ele montou a El Pincel Viajeiro uma empresa especializada em pinturas corporais, em tecidos e quadros.


Pintura feita  com Spray - Arquivo Pessoal 

Pintura feita com Tinta  óleo - Arquivo pessoal 

[Veja um pouco dos trabalhos de Chango em http://pieroaranibar.artelista.com/ 
ou elpincelviajeiro@gmail.com

Ainda sedento pela cultura alheia, o peruano, viajou para o Acre onde vive há três meses e ficará até o próximo 01 de janeiro de 2013. Ele pretende retornar ao Rio de Janeiro para tocar sua empresa, e é claro, viajar por outros países do continente.

Família, saudades e futuro.

Nosso papo foi tão bom que nem percebi que havia devorado a galinha caipira. Mesmo ciente de que não encontrou a cultura que tanto almeja, pergunto como é viver longe da família.

Chango contou que seu pai e o irmão mais velho vivem nos Estados Unidos, já o mais novo, é empresário na Ilha de San Martin e sua mãe continua morando no Peru. Pergunto sobre suas filhas, lembrou-se do casamento com uma hatiana a qual ficou grávida e ambos foram morar na República Dominicana. Essa filha que ele tenta busca-la para morar no Peru ou no Brasil.

“Sinto saudade de todas, mais, a dominicana quero busca-la a qualquer custo para oferecer uma educação de qualidade e conforto”, disse lembrando-se das outras duas, “as outras peruaninhas também amo muito, de seis em seis meses vou a Lima para vê-las e matar a saudade sem contar nas conversas pelo Skype”.

Finalizando a sessão de interrogatório, pergunto sobre o seu futuro. “Meu futuro a Deus pertence. Quero rodar o mundo a fora, ir aos Estados Unidos e rever meu pai que não vejo há 15 anos. Antes de regressar, vou conhecer todas as regiões do Brasil e partirei em busca de novas realidades”, concluiu a entrevista e o almoço.

Durante horas que conversei com Chango notei que é preciso respeitar as pessoas (vestimenta, raça e ideais) e acima de tudo, é fundamental viajar mais, vivenciar coisas boas e lutar pelos sonhos. Com isso em mente, espero que 2013 seja o ano de viagens e do conhecimento, pois é ele que move o planeta. 

Na próxima postagem, vamos conhecer um Equatoriano que casou com um acreana e que não quer sair daqui jamais. Não perca!